No México, corações de vítimas ainda palpitando eram
oferecidos ao ídolo asteca. Maria Santíssima aparece esmagando a serpente
O santuário mariano mais visitado do mundo não é o de
Lourdes (França), nem Fátima (Portugal) ou Aparecida, mas sim o de Nossa Senhora
de Guadalupe, na Cidade do México, que recebe anualmente 20 milhões de pessoas.
Nossa Senhora de Guadalupe é a padroeira de todo o
continente americano, e sua festa é celebrada em 12 de dezembro. Embora
Catolicismo já tenha tratado do tema em suas edições de dezembro de 1974 e
dezembro de 1981, voltamos a ele devido ao seu alto significado para os
americanos de todas as latitudes; e também porque a riqueza do assunto permite
novas abordagens.
Adoradores da serpente
Antes da conquista do México pelo espanhol Hernán Cortés, em
1521, os índios maias e astecas adoravam um ídolo em forma de serpente, em
honra do qual ofereciam horríveis sacrifícios humanos.
No cimo de pirâmides, estendiam a vítima sobre uma pedra, de
costas, atada pelos pés e pelas mãos, ficando assim com o peito muito teso.
Com enorme navalha, os feiticeiros abriam o peito da
desventurada vítima e arrancavam-lhe o coração, o qual, ainda palpitando, era
oferecido ao ídolo.
Somente na inauguração do templo principal de Tenochtitlan
(hoje Cidade do México), foram massacrados 80.000 indígenas, cujos corpos eram
servidos depois em refeições canibalescas.
Com a ação evangelizadora dos espanhóis, tais abominações
foram sendo eliminadas.
Aparições ao índio Juan Diego
Em 1531, Nossa Senhora apareceu quatro vezes ao índio Juan
Diego, pedindo-lhe que fosse construída uma igreja naquele local, hoje situado
na capital mexicana.
O humilde e ardoroso devoto nativo transmitiu o pedido da
Virgem Santíssima ao Bispo do México, mas este pediu um sinal que o
confirmasse. Na quarta aparição, Nossa Senhora realizou um estupendo milagre,
para que todos nela acreditassem.
Nossa Senhora ordenou a Juan Diego que subisse ao alto de um
morro, e recolhesse as flores que ali encontrasse. Era pleno inverno, e o monte
só produzia espinhos...
O vidente não hesitou. Correu para o local indicado e
encontrou muitas rosas. Colheu-as e levou-as à Mãe de Deus, que as ajeitou bem
no manto do índio, e mandou que as entregasse ao Bispo.
Juan Diego obedeceu incontinenti e, diante do Prelado, abriu
seu manto, deixando cair as belas rosas. No lugar onde estiveram as flores, no
manto do índio, ficou estampada uma imagem de Nossa Senhora, de 1,30 m de
altura. A Virgem está coberta por um manto verde claro, tem os olhos voltados
para baixo, as mãos postas, e pisa uma meia-lua (a qual, aliás, é símbolo do
islamismo).
A ciência comprova o milagre
O caráter milagroso da pintura de Nossa Senhora de Guadalupe
foi comprovado pela ciência.
O cientista austríaco Richard Kuhn, Prêmio Nobel de Química
de 1938, declarou que os pigmentos corantes da imagem não pertencem nem ao
reino vegetal, nem ao animal, nem ao mineral. Logo, sua origem é sobrenatural
e, portanto, milagrosa.
Um técnico submeteu a pintura ao processo de digitalização,
que consiste em dividi-la por meio de computador, em microscópicos
quadradinhos, de maneira a caberem 27.778 em cada milímetro quadrado. Cada um
deles foi depois ampliado 2.000 vezes, dando então a possibilidade de serem
vistos pormenores imperceptíveis a olho nu.
Nos olhos da Virgem... o índio Juan Diego!
Pôde-se então verificar, representada nos olhos da Virgem, a
mesma cena que se passou em 1531, no palácio episcopal da Cidade do México: um
índio no ato de desdobrar seu manto diante de um franciscano (Dom Zumárraga,
primeiro Bispo do México, pertencia à Ordem de São Francisco de Assis), em cuja
face se vê rolar uma lágrima; além dos dois, aparecem um jovem emocionado, com
a mão segurando a barba, uma mulher com cabelos encaracolados, um índio com o
dorso nu, em atitude orante, um homem, uma mulher e vários meninos de cabeça
raspada; e, finalmente, outros religiosos franciscanos.
A que esmaga a serpente
É muito simbólico o significado do nome Guadalupe. Helen
Behrens, uma das maiores especialistas no assunto, analisando textos originais
dos índios, que datam da época das aparições, concluiu que a Mãe de Deus se
apresentou com as palavras "Te Quatla Lupe", que significa
"Aquela que esmaga a serpente de pedra".
A propósito disso, cabe lembrar a passagem da Sagrada
Escritura em que Deus, dirigindo-se à serpente infernal, increpa: "Ela
(Nossa Senhora) te esmagará a cabeça" (Gen. 3, 15).
Assim, nos primórdios da história do Novo Mundo cumpriu-se
literalmente a profecia divina: Nossa Senhora de Guadalupe esmaga a serpente de
pedra, o horrível ídolo diabólico sedento de sangue humano!
Fonte: Páginas Marianas