(RV) – Bento XVI recebeu fiéis e
peregrinos na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a tradicional Audiência Geral
das quartas-feiras.
Em sua catequese, o Papa falou sobre a “revelação da face de
Deus”. A história da salvação, disse o Pontífice, é a história da relação de
Deus que se revela ao homem progressivamente.
Esta obra tem início com o chamado de Abraão e passa por
outros mediadores, como Moisés, os profetas e os juízes. Todas essas alianças
recordam a exigência de fidelidade e mantêm a expectativa plena e definitiva
das promessas divinas.
É um longo caminho em que o Senhor se deixa conhecer, revela
a Si mesmo, entra na história com fatos e palavras.
“Algo de completamente novo acontece, porém, com a
Encarnação. A busca da face de Deus recebe uma guinada inimaginável, porque
este rosto agora pode ser visto: é o de Jesus, do Filho de Deus que se faz
homem, que é ao mesmo tempo mediador e plenitude de toda a Revelação.”
Jesus inaugura na história um novo modo da presença de Deus,
porque quem O viu, viu o Pai; ele é “o mediador” da nova e da eterna aliança;
Nele encontramos Deus, ao qual podemos invocar com o nome de “Abba, Pai” e por
ele nos é dada a salvação.
Se queremos ver a face de Deus, disse o Papa, Aquele rosto
que dá sentido, solidez e serenidade ao nosso caminho, devemos seguir Cristo,
mas não somente quando precisamos Dele, quando encontramos um espaço entre os
milhares de afazeres cotidianos.
“É toda a existência que deve ser orientada ao encontro com
Ele, ao amor por Ele; e com isso, um lugar privilegiado tem que ter o amor ao
próximo, aquele amor que, à luz do Crucifixo, nos faz reconhecer a face de
Jesus no pobre, no fraco e no sofredor.”
Depois de concluir sua catequese em italiano, Bento XVI fez
um resumo da mesma em várias línguas, entre as quais em português. Eis as
palavras do Pontífice, seguidas da saudação aos peregrinos lusófonos:
“Queridos irmãos e irmãs, Deus dá-se a conhecer, revela-se,
entra na história, agindo por meio de mediadores, como Moisés, os Juízes, os
Profetas, que comunicam ao seu povo a Sua vontade. Esta revelação alcança a sua
plenitude em Jesus Cristo. Nele, Deus vem visitar a humanidade, de um modo que
excede tudo o que se podia esperar: fazendo-Se homem. Com Cristo, se concretiza
um desejo que permeava todo o Antigo Testamento: ver a face de Deus. De fato,
por um lado, o povo de Israel sabia que Deus tinha uma face, ou seja, é Alguém
com quem podemos entrar em relação, mas por outro lado, estavam cientes de que
era impossível, nesta vida, ver a face de Deus; esta permanecia misteriosa,
inacessível e, portanto, não representável. Mas, com a Encarnação, Deus assume
uma face humana. Jesus nos mostra a face de Deus e por isso é o Mediador e a
plenitude de toda a revelação: Nele vemos e encontramos o Pai; Nele podemos
invocar a Deus como Pai; Nele temos a salvação.
Uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa,
nomeadamente ao grupo de “Cantorias”, da Diocese de Viseu: me quisestes
recordar em vosso canto. Agradeço-vos e, de bom grado, vos encorajo na
consagração à Virgem Maria para um feliz êxito na vossa configuração a Cristo.
Desçam sobre vós e vossas famílias as Bênçãos de Deus. Obrigado.”
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