Ou servimos a Deus de forma livre e coerente, ou as nossas
ações não passam de meras práticas hipócritas e isoladas. A opção por Deus
ocasiona consequências novas de relacionamento com o outro, fato que começa na
convivência do cotidiano da comunidade. A transparência revela atitudes em
conformidade com as exigências da Palavra de Deus.
Não basta ouvir, mas é preciso escutar com prontidão para
executar aquilo que se escuta sobre as exigências da vida. Isto faz com que
haja rompimento com o passado para recomeçar uma vida nova. Não é fácil
renunciar aquilo que vem marcando toda uma caminhada, mas que, nos novos
tempos, não ajuda mais e até prejudica as pessoas.
Nos trabalhos sociais, sejam eles realizados por entidades
religiosas, por clube de serviço ou pelo poder público, ambos devem ter como
meta a qualidade de vida das pessoas. É essencial superar a sociedade de
castas, de senhores e escravos, para aproximar os extremos, que causam sofrimento
e degradação da vida de muita gente.
Sempre fez parte da vida do povo a existência de autoridade
e súdito, tendo Deus acima de todos os poderes. Só para Ele o mundo deve ir,
ultrapassando todas as dificuldades no relacionamento, nos conflitos e desigualdades.
O caminho que define esse itinerário é o amor entre as pessoas, que supera todo
tipo de individualismo.
Na sociedade, todos nós somos iguais, mesmo que haja funções
diversificadas. A marca principal é o “destino”, a direção para onde todos nós
estamos indo, que deve ser bem definido. A vivência cristã é fruto de uma
escolha, de uma decisão pessoal, de uma vocação como opção, tendo como meta ir
ao encontro de quem chama.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Arcebispo de Uberaba (MG)
Fonte: Muticom
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