25 agosto, 2015

É permitido usar música gravada nas celebrações litúrgicas?




(Aleteia) Os que estão na celebração litúrgica precisam participar de maneira plena, consciente e ativa do ato. Alguns participarão tocando instrumentos, outros cantando, outros servindo o altar, outros ao serviço da Palavra etc. Quando não há pessoas para tocar instrumentos musicais, os fiéis se limitarão a cantar, ou seja, se não há músicos, deve-se cantar sem instrumentos, só com as vozes dos próprios fiéis.

“Os fiéis cumprem a sua ação litúrgica mediante a participação plena, consciente e ativa que a própria natureza da liturgia requer; esta participação é um direito e um dever para o povo cristão, em virtude do seu Batismo. Esta participação:

a) Deve ser antes de tudo interior; quer dizer que, por meio dela, os fiéis se unem em espírito ao que pronunciam ou escutam e cooperam com a graça divina.

b) Mas a participação deve ser também exterior; quer dizer que a participação interior deve expressar-se por meio de gestos e atitudes corporais, pelas respostas e pelo canto.




Eduquem-se também os fiéis no sentido de se unirem interiormente ao que cantam os ministros ou o coro, de modo que elevem os seus espíritos para Deus, enquanto os escutam.” (Instrução Musicam sacram, 15)

O Papa São Pio X dizia: “Não cantem na missa. Cantem a missa”. O ideal é este mesmo, cantar a missa, pois canto e música não são elementos externos à celebração. Um povo que canta com alegria (acompanhado por instrumentos musicais ou a capella) participa do culto litúrgico de maneira mais ativa.

O canto litúrgico é uma dimensão importante de cada experiência de oração dentro da assembleia litúrgica. É importante cantar, porque o canto expressa e aprofunda a fé. Liturgia e música sempre estão unidas.

O objetivo da música na missa não é oferecer diversão ou simplesmente deixar a celebração mais bonita. O canto é uma forma de oração neste contexto; a música, neste caso, nos ajuda a unir-nos à ação litúrgica, além de dar um sentido e uma força especial à nossa oração.

Quanto aos cantos (com ou sem instrumentos musicais), recomenda-se:

1. Não acrescentar mais cantos aos já estipulados pelas normas litúrgicas. Por exemplo, na saudação da paz, não há cantos.

2. Como vimos, a liturgia pede que haja cantos. Que sejam com ou sem música, isso é secundário. Mas o ideal é que haja música “ao vivo”, por assim dizer.

Portanto, segundo as normas gerais da Igreja, é um erro que os corais recorram à música gravada. Estas faixas musicais não podem substituir a música viva, que deve ser entoada pelos músicos e cantada pelo coro e/ou a assembleia.

“Nas missas para crianças, os instrumentos musicais podem ser de grande utilidade, principalmente se tocados pelas próprias crianças. Eles contribuem para sustentar o canto ou para nutrir a meditação das crianças; ao mesmo tempo exprimem, à sua maneira, a alegria festiva e o louvor de Deus.

Deve tomar-se sempre cuidado para que a música não predomine sobre o canto, ou sirva mais de distração que de edificação para as crianças; é preciso que corresponda à necessidade de cada momento em que se faz uso da música durante a missa.

Com as mesmas cautelas, com a devida seriedade e peculiar prudência, a música reproduzida por meios técnicos também pode ser adotada nas missas para crianças, conforme as normas estabelecidas pelas Conferências dos Episcopais.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino, Diretório para as missas com crianças, n. 32)

“O emprego de instrumentos no acompanhamento dos cânticos pode ser bom para sustentar as vozes, facilitar a participação e tornar mais profunda a unidade da assembleia. Mas o som dos instrumentos jamais deve cobrir as vozes ou dificultar a compreensão do texto. Todo o instrumento se deve calar quando o sacerdote ou um ministro pronunciam em voz alta um texto que lhes pertença por sua função própria.” (Musicam sacram, 64)




Os documentos oficiais da Igreja falam de instrumentos, não de faixas musicais. É preciso evitar tudo que for artificial, postiço, ou que se pretenda fazer encaixar à força.

3. Os cantos são educadores da fé. A prioridade é dada aos textos, porque eles contêm mensagens de fé e doutrina; mas também é preciso procurar que a música nos ajude a confessar nossa fé da melhor maneira possível. O canto, então, é uma confissão da fé através da sua melodia e do seu texto.

4. Os cantos devem expressar a fé da Igreja e estar ao serviço do mistério que se celebra, respeitando as normas estabelecidas pela autoridade competente.

5. É preciso escolher os cantos levando em consideração que as celebrações litúrgicas são celebrações da Igreja, cultos públicos aos quais somos convidados. De forma alguma são cultos privados nos quais cada um faz o que quer.

6. Que sejam cantos compostos e dedicados única e exclusivamente à celebração litúrgica, seja ela qual for. Ou seja, que não se usem cantos mundanos, mesmo que tenham conteúdo religioso.

7. É importante evitar que o canto litúrgico caia em desuso ou se torne algo transitório: isso é algo próprio da música popular, que vira moda e depois perde o interesse.

8. A música litúrgica ajuda o cristão a adquirir e viver uma atitude religiosa diante de Deus: expressar súplica, fé, arrependimento, louvor e ação de graças.

9. Os cantos nas celebrações precisam saber respeitar os momentos de silêncio. Por exemplo, não se toca música durante a consagração nem durante a ação de graças após a comunhão.

10. Também é preciso evitar ter os ensaios de música imediatamente antes das celebrações, para não atrapalhar os fiéis, que têm direito de preparar-se para a missa com seu silêncio e oração.

Fonte: Aleteia

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