19 fevereiro, 2016

O frisson causado pela morte do golfinho realmente nos obriga a refletir


Afinal, os animais têm mais importância do que as crianças?

Tal como aconteceu no caso da morte do leão conhecido como “Cécil” em julho de 2015, no Zimbábue, um novo episódio chama a atenção para a importância que se dá à morte de um animal e à morte de um bebê. Trata-se do golfinho que, supostamente, foi retirado do mar para “participar” de alguns selfie. Este fato ocorreu durante o mês de fevereiro na praia Santa Teresita, em Buenos Aires, Argentina.



Segundo as histórias que estão circulando sobre o ocorrido, os banhistas retiraram o animal da água para realizar fotos com o mesmo e depois o devolveram ao mar, já morto. Outra versão afirma que as pessoas perceberam o animal desanimado e tentaram socorre-lo, e que quando o golfinho foi retirado da água já estava morto.

Seja qual for a versão verdadeira, o fato é que isso gerou uma grande repercussão principalmente nas redes sociais. Sempre que havia uma citação sobre este episódio, muitas pessoas comentavam frases como: “O ser humano de fato é a pior raça que existe”; “Todo mundo chorando depois que fizeram com ele”; “É a falta de humanidade”. Essas e outras frases apareceram constantemente.

A página do jornal Extra, no Facebook, publicou: “O frisson causado pela possibilidade de posar com o golfinho nos obriga a refletir”. Pois bem: vamos fazer uma pequena reflexão sobre o caso.

Diante desse acontecimento, algumas questões surgem: por que os casos de morte de animais geram mais repercussão na mídia do que os abortos e tráfico de órgãos de bebês, como é executado pela multinacional Planned Parenthood, por exemplo? Os animais são mais importantes do que as crianças?


O Catecismo da Igreja Católica diz, em seu parágrafo 2418, que é lícito amar os animais, “porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas”. Ultimamente tem acontecido justo o contrário: muito amor aos animais, nem tanto amor aos humanos e, principalmente, às crianças. Parece inversão de valores.

Talvez você já tenha visto alguém passeando na rua com cãezinhos no colo (ou, por mais absurdo que pareça, no carrinho de bebês) enquanto uma criança vai sendo controlada por uma cordinha presa em uma espécie de mochila: animal no colo e criança na corda? É difícil entender tais situações.

Não estamos aqui fazendo apologia e nem incentivando maus tratos aos bichos. É triste o que foi feito com o golfinho, é verdade. Porém é muito mais triste saber que muitas pessoas se chocam mais com isso do que com a morte de crianças indefesas, vítimas de aborto proposital.

É, o frisson causado pela possibilidade de posar com o golfinho e pela morte dele nos obriga mesmo a refletir.

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