06 maio, 2016

Guarda Suíça: o menor exército do mundo a serviço do Papa


Com a logística de aproximadamente 135 soldados, a Guarda Suíça Pontifícia é o menor exército do mundo. Entretanto, pode ser dito que é o que mais chama a atenção do mundo inteiro, seja pela sua história ou pelo seu uniforme que se destaca dentre todos os já vistos. Este grupo de homens formam as forças armadas da Cidade Estado do Vaticano e eles zelam pela segurança de Sua Santidade, o Papa, podendo até sacrificar a própria vida em defesa do mesmo.




O ingresso dos novos soldados é oficializado durante a cerimônia de juramento que acontece todos os anos e sempre no dia 6 de maio. Esta data faz memória dos 147 soldados suíços que morreram em defesa do Papa Clemente VII durante o Saque de Roma, ocorrido em 1527. Atualmente, o Corpo Militar é composto por cinco oficiais, 26 sargentos e cabos e 78 soldados.

Em uma concedida entrevista ao L’Osservatore Romano, o Capelão da Guarda Suíça, Padre Thomas Widmer, afirma que existem vários motivos que levam um jovem a ingressar no menor exército do mundo. Segundo o sacerdote, “por um lado é uma aplicação concreta de conhecimentos já adquiridos no âmbito militar, considerando o serviço desenvolvido junto ao Papa”.

“Por outro lado - continua o Capelão -, os jovens vêm aqui por motivos de fé, porque veem esta missão como uma ocasião peculiar para aprofundar a sua fé e fazer experiência de Igreja próximos ao Romano Pontífice”.

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Padre Thomas destaca ainda que o jovem que ingressa na Guarda Suíça Pontifícia tem a “consciência de que o conhecimento do Vaticano, da cidade de Roma e da língua italiana é um enriquecimento notável”.

O que é dito na hora do juramento?


Soldado fazendo o juramento
Foto: internet
No momento do juramento, cada novo soldado coloca a mão esquerda sobre a bandeira e a mão direita é erguida com os três dedos abertos, simbolizando a Santíssima Trindade, e pronunciam, as seguintes palavras: “Juro servir fielmente, lealmente e honorificamente ao Papa em exercício, [diz-se o nome do Papa], e seus sucessores e, com todas as minhas forças, dedicar-me a ele, podendo sacrificar mesmo minha vida em sua defesa”.

Quando a sede está vacante, os soldados da Guarda Suíça não saem de férias. Eles permanecem em serviço protegem os cardeais e o Vaticano.

O idioma oficial da Guarda Suíça é o latim?


Pelo fato do idioma oficial do Vaticano ser o latim (o idioma oficial da Igreja Católica é o latim), muito acreditam que o mesmo seja o oficial também da Guarda Suíça Pontifícia, mas não é. O idioma oficial do menor exército do mundo é o alemão.

A Suíça tem quatro idiomas nacionais e três idiomas oficiais, sendo o alemão falado pela maioria de sua população. Esse deve ser um dos fatores para que a Guarda tenha adotado este idioma como oficial. Mas, vale lembrar que entre os soldados da Guarda Suíça é comum encontrar alguns que falem francês, italiano e romanche.

Breve história da Guarda Suíça Pontifícia


A Guarda Suíça foi criada em 22 de janeiro 1506, quando 150 guardas suíços entram no Vaticano pela “Porta do Povo” e foram abençoados pelo Papa Júlio II.

A maior glória do Corpo Militar foi a defesa da vida do Papa Clemente VII do ataque dos mercenários espanhóis ao Vaticano, em 1527. Dos 189 guardas, sobreviveram apenas aqueles 42 que, no último momento, escoltaram o Papa ao refúgio do Castelo Santo Angelo.




Atualmente, uma das principais missões da Guarda Suíça é prestar serviço nas entradas do Estado da Cidade do Vaticano e durante os eventos papais, na Praça São Pedro.

Missão e requisitos para ser membro da Guarda Suíça


O lema da Guarda Suíça é Acriter et fideliter (coragem e fidelidade) e, como dito acima, ela presta serviço de segurança. Sua missão pode ser descrita (ou resumida) com com palavras semelhantes às que concluem o juramento dos novos soldados: dar a própria vida, se necessário for, para proteger a do Sumo Pontífice, como fizeram aqueles 147 soldados em 1527.

Para ser admitido ao corpo da Guarda é necessário que o candidato passe por um rigoroso processo de seleção. Dentre os principais requisitos, o Sim, sou Católico lista oito (que podem ser conferidos também no site do Vaticano).

1 - Ser católico: dado que a pessoa a ser protegida é ninguém menos que a autoridade máxima temporal da Igreja Católica Apostólica. Além disso, é dever do Guarda Suíço velar pelos peregrinos católicos, pela Cúria Romana e pelo próprio Túmulo do Príncipe dos Apóstolos. Por fim, ele deve participar cotidianamente das diversas celebrações litúrgicas no Vaticano;
2 - Ter cidadania suíça: em honra aos 147 suíços que tombaram gloriosamente na batalha ocorrida em 1527, somente são admitidos homens dessa nacionalidade no corpo de segurança pontifício;
3 - Ter boa saúde: os candidatos passam por uma rigorosa bateria de exames físicos e psicológicos;
4 - Ser solteiro: exceção feita somente aos oficiais, sargentos e cabos. É proibido que durmam fora do Vaticano;
5 - Ter concluído o curso básico de preparação: ministrado pelo exército suíço. Além disso, devem obter um certificado de aptidão;
6 - Ter boa conduta: como a pessoa irá servir diretamente ao Papa, deve ter uma conduta irreprovável;
7 - Ter formação profissional: é desejável que o candidato tenha uma boa formação, além da vontade e eficiência. É esperado que ele demonstre capacidade de aprendizagem e um certo nível de maturidade;
8 - Idade: Para ser admitido, o candidato deve ter entre 19 e 30 anos de idade.

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