Jonas é um profeta “em saída”, “em fuga”, disse o Papa, um profeta que Deus enviou “à periferia”, em Nínive, para converter os moradores daquela grande cidade. Mas o profeta não quis ir e entrou em um navio com o propósito de seguir na direção oposta.
Na fuga, o profeta entrou “em contato com os pagãos, os marinheiros do navio, para se afastar de Deus e de sua missão”. “E é justamente o comportamento destes homens que nos faz hoje refletir sobre a esperança que, diante do perigo e da morte, se expressa em oração”, disse Francisco.
O Santo Padre destacou que uma grande tempestade ameaçou afundar o navio e que todos os tripulantes, desesperados, começam a rezar cada um ao seu próprio deus para que os salvasse, exceto Jonas, que dormia no porão. O comandante o acorda dizendo -lhe: “Invoca o teu Deus, a ver se por acaso se lembra de nós e nos livra da morte”.
Nestas palavras – explicou o Pontífice – transparece toda a esperança do ser humano na sua impotência face a um perigo mortal. É a esperança que se faz oração, uma súplica cheia de angústia que sobe dos lábios humanos em perigo iminente de morte.
O fato destas palavras saírem da boca de “pagãos”, como era o comandante do navio, só confirma como a necessidade de o fazer seja intuitiva e generalizada na alma humana. O pavor instintivo de morrer revela a necessidade de esperar no Deus da vida.
“Muitas vezes, facilmente, nós não nos dirigimos a Deus no momento da necessidade por considerarmos uma oração interesseira e imperfeita. Deus, no entanto, conhece as nossas fraquezas, sabe que nós nos recordamos Dele para pedir ajuda, e com o sorriso indulgente de um pai, responde positivamente”, declarou o Pontífice.
“Quando Jonas, reconhecendo as próprias responsabilidades, se joga no mar para salvar seus companheiros de travessia, a tempestade se calma. Aceitando sacrificar-se por eles, Jonas agora conduz os sobreviventes ao reconhecimento do verdadeiro Senhor”.
E a oração ditada pela esperança surtiu efeito, Deus realizou quanto esperavam e pediam: o navio foi salvo, o profeta aprendeu a obedecer e Deus perdoou à cidade arrependida.
O Papa concluiu a reflexão afirmando que sob a misericórdia divina, e ainda mais, à luz do mistério pascal, a morte pode se tornar, como o foi para São Francisco de Assis, “nossa irmã morte” e representar, para cada homem e para cada um de nós, a surpreendente ocasião para conhecer a esperança e encontrar o Senhor.
Com informações da Rádio Vaticano
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