“A Virgem Aparecida, mostrada nesse Globo Repórter, tem muito pouco de católica e quase nada de cristã”. Neste artigo, o bispo da Diocese de Palmares, Dom Henrique Soares da Costa, faz ponderações sobre o programa Globo Repórter exibido em 6 de outubro de 2017. O texto foi postado originalmente na página do epíscopo no Facebook e nós reproduzimos aqui, no Sim sou Católico.
Ponderações sobre uma chance perdida
Texto de Dom Henrique Soares da Costa
Vi o Globo Repórter sobre Nossa Senhora Aparecida. Fiquei penalizado. Não duvido nem um pouco da boa intenção de quem o pensou e o realizou. Mas, o programa foi pobre, açucarado, apenas a expressão do que se tornou o fenômeno religioso, de modo geral, e o cristianismo, de modo particular, para o mundo atual: mundo aguado, sem verdade, sem certezas, sem Deus, o Verdadeiro. A religião, ali, parece simplesmente algo meio mágico, alavanca de autoajuda para resolver os problemas da vida. Não! Nossa fé não é crendice; nossa religião não é mero folclore!
No programa, aparece uma Virgem Maria que é uma “santa”, quase que uma entidade. Uma Maria não cristã, não cristocêntrica. Não é bem a Virgem Maria Mãe de Jesus nosso Senhor, não é a Serva do Senhor, não é a Mãe da Igreja e dos cristãos todos, não é a criatura humilde e pobre que o Senhor, por pura graça, elevou e exaltou, colocando-a a serviço do Seu Reino.
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Nossa Senhora não é uma agência de resolver problemas. Na Igreja, sua missão materna pode ser resumida no Bom Conselho que ela mesma nos dá: “Fazei tudo o que Ele vos disser!” (Jo 2,5).
O Programa, se de verdade desejava mostrar a Virgem Aparecida dos católicos, da Igreja, do Evangelho, poderia ter seguido o seguinte roteiro:
1. Recordar rapidamente onde tudo começou: em Nazaré da Galileia, na Terra Santa de dois mil anos atrás: aquela jovem prometida a José, aquela mulher aos pés da cruz, aquela discípula feita Mãe do Senhor.
2. Depois, contar o milagre de 1717: os pobres pescadores, o achamento realmente impressionante da imagem, os peixes em abundância, os primeiros milagres, a devoção que foi crescendo no coração do Povo de Deus.
3. Em seguida, teria sido indispensável mostrar o que significa Maria Virgem para a fé católica e apostólica: mulher totalmente segundo o Evangelho, discípula perfeita, Mãe do Senhor e da Igreja, Mãe de todos e de cada cristão, discípulo amado de Cristo (cf. Jo 19,24-27).
4. Depois, sim, mostrar a devoção dos brasileiros à Virgem Aparecida, mostrar alguns milagres, alguns testemunhos, algumas romarias.
5. Por fim, de modo bem sucinto, mostrar o menos importante: algo do Santuário, Casa de Deus, Casa consagrada a Deus – a Deus somente! – em honra de Nossa Senhora Aparecida.
Este seria um possível e provável roteiro de um programa que quisesse realmente homenagear a Mãe do Senhor e a fé dos brasileiros.
Tempos ruins, estes, de superficialidades, de louvações ao politicamente correto, de dissolução da força do Evangelho em gracinhas simpáticas e açucaradas.
Ó Amigo católico, viva a sua fé em profundidade! Mergulhe em Cristo, coloque-se na escola da Virgem Maria, entregando-se ao Senhor com todo o seu ser, com todo o seu coração, com toda a sua alma!
Converta-se! Sempre; em tudo! Convertamo-nos ao Senhor!
Viva a Virgem Maria, Mãe de Deus!
Viva a Mãe Daquele que tem o Nome acima de todo nome, único no qual há a salvação!
Viva a Virgem que nos convida todos à conversão ao Cristo Senhor!
Viva a Mãe da Igreja e dos cristãos!
Viva a Virgem que louva a Deus por derrubar os soberbos, cheios de si e elevar os humildes, que no Senhor esperam e confiam!
Viva a Padroeira do Brasil!
Que ela ilumine a mina escura na qual o nosso País se encontra e funde em Cristo o pobre trem da nossa vida!
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