Como exemplo, o Papa falou da água, “que nos dá a vida, mas para explorar os minerais, a água é contaminada e se destrói a criação”. Onde tudo remetia ao Pai Criador e ao seu amor infinito, agora traz o sinal triste e desolador do orgulho e da voracidade humanas.
O Senhor, porém, não abandona o homem e nem o deixa só. Este quadro desolador oferece uma perspectiva nova de libertação, de salvação universal.
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“Se prestarmos atenção, tudo a nosso redor geme: geme a própria criação, gememos nós seres humanos e geme o Espírito dentro de nós, no nosso coração”, prosseguiu o Papa. Esses gemidos não são uma lamentação estéril, desconsolada, mas – como destaca o Apóstolo – são os gemidos de uma mulher prestes a dar à luz; são gemidos de quem sofre, mas sabe que está para chegar uma nova vida. “E no nosso caso é realmente assim”, acrescentou Francisco.
O cristão não vive fora do mundo, sabe reconhecer na própria vida e naquilo que o rodeia os sinais do mal, do egoísmo e do pecado. É solidário com quem sofre, com quem chora, com quem está marginalizado, com quem se sente desesperado. Ao mesmo tempo, porém, o cristão aprendeu a ler tudo isso à luz da Páscoa, com os olhos de Cristo Ressuscitado, e sabe que o presente é tempo de expectativa, tempo animado por um anseio que vai para além do presente.
Na esperança, é possível saber que o Senhor quer curar definitivamente, com a sua misericórdia, os corações feridos e humilhados e aquilo que o homem deturpou com a sua impiedade, tudo regenerando num mundo novo e numa humanidade nova reconciliados finalmente no seu amor.
A mensagem final do Papa Francisco foi de esperança: “Quando somos tentados pelo desânimo, pelo pessimismo, caindo em inúteis lamentações ou ficando sem saber que pedir ou esperar, vem em nosso auxílio o Espírito Santo, que mantém vivos os gemidos e anseios do nosso coração. O Espírito vê, por nós, para além das aparências negativas do presente e revela-nos já agora os novos céus e a nova terra que o Senhor está preparando para a humanidade”.
Ao final da catequese, o Papa assistiu a uma apresentação circense. Ao saudar os grupos presentes na Praça, Francisco fez um apelo especial em prol do Sudão do Sul.
“Provocam particular apreensão as dolorosas notícias que chegam do martirizado Sudão do Sul, onde a um conflito fratricida se une uma grave crise alimentar, que condena à morte por fome milhões de pessoas, entre as quais muitas crianças. Neste momento, é mais necessário do que nunca o empenho de todos a não ficar somente nas declarações, mas a tornar concretas as ajudas alimentares e a permitir que possam chegar às populações sofredoras. Que o Senhor ampare esses nossos irmãos e os que atuam para ajudá-los”.
Com informações da Rádio Vaticano
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