Publicado originalmente em ACI Digital
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- Dom José Ronaldo / Foto: Diocese de Formosa - |
As prisões aconteceram na segunda-feira, 19 de março, durante a chamada Operação Caifás, que investiga desvios de recursos na Igreja Católica nos municípios de Posse, Formosa e Planaltina, no entorno de Brasília. Foram cumpridos 9 mandatos de prisão e dez de busca e apreensão.
Segundo os investigadores, o Bispo de Formosa, Dom José Ronaldo, seria o articulador do desvio de dízimos, doações de fiéis, arrecadações de festas e taxas de batismos e casamentos, em um esquema que teria sido montado há cerca de três anos, desde quando o Prelado assumiu a Diocese, em 2015.
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O juiz Fernando Oliveira Samuel, que determinou a prisão temporária, assinalou que a apuração indica que as verbas arrecadadas “estão sendo sistematicamente desviados por ordem de José Ronaldo e igualmente aprovados em favor dos demais clérigos, chegando ao ponto na participação efetiva em atividades econômicas”.
De acordo com escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, Dom José Ronaldo e quatro sacerdotes compraram uma fazenda de criação de gado e uma casa lotérica com o dinheiro desviado.
A investigação aponta que dois empresários teriam sido usados como “laranjas” para assumir o comando da casa lotérica e ocultar a propriedade de bens e que Padre Moacyr Santana seria sócio oculto de uma casa lotérica adquirida por R$ 450 mil.
“Além disso – informou o juiz –, é possível que veículos adquiridos pela Diocese estejam sendo destinados para uso particular do Padre Moacyr na cidade de Posse”.
Ainda de acordo com o juiz, os sacerdotes envolvidos no caso teriam forjado informações para que as contas das igrejas de Posse, Formosa e Planaltina fossem ajustadas.
Por sua vez, o promotor Douglas Chegury afirmou que Dom José Ronaldo “enfrentou esse mesmo tipo de problema e resistência lá na Diocese de Janaúba (MG)”. “Então, ele veio transferido de lá para cá e aqui ele implementou um esquema semelhante ao que operava lá”, declarou.
Na ocasião, os fiéis solicitaram a abertura pública das contas da Cúria Diocesana, afirmando que não recolheriam o dízimo até que a medida fosse tomada.
Segundo o portal G1, a Diocese de Formosa informou, na época, que o custo das suas 33 paróquias era de R$12 milhões por ano e a arrecadação no período teria sido de R$16 milhões, com o excedente sendo enviado ao fundo de cada unidade.
O Bispo também havia alegado que não tinha “nada de impropriedade” e que não tocava no dinheiro arrecadado.
Após a Operação Caifás de segunda-feira, a ACI Digital entrou em contato com a Diocese de Formosa, mas não obteve resposta. A diocese também não emitiu nenhum tipo de comunicado ou pronunciamento sobre o caso. Por sua parte, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirmou que está apurando mais informações sobre o caso para se pronunciar.
Publicado originalmente em ACI Digital
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