10 outubro, 2018

Papa condena aborto e Folha de São Paulo diz que é aceno aos conservadores: Será?


Em sua alocução na Audiência Geral desta quarta-feira, 10 de outubro, o Papa Francisco condenou o aborto e recordou que a vida é um direito e provocar um aborto é um crime: "é como contratar um matador de aluguel para resolver um problema".

No Brasil, a Folha de São Paulo entendeu tal frase do Pontífice como um aceno à ala conservadora do catolicismo. Mas será isso mesmo?




Na verdade não é como a Folha de São Paulo está dizendo! O que o Papa Francisco fez ao realizar tal condenação foi apenas apenas defender o que a doutrina da Igreja sempre afirmou: "A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção" (Catecismo da Igreja Católica, n. 2270).

O que o Papa Francisco fez - e faz - sempre que toca no tema da "Defesa da Vida" é confirmar a tradição da Igreja, que "sempre considerou a vida humana como algo que deve ser protegido e favorecido, desde o seu início, do mesmo modo que durante as diversas fases do seu desenvolvimento" (cf. Declaração sobre o aborto provocado, n. 6).

Veja também:


"A Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral" (Catecismo da Igreja Católica, n. 2271).




Então, não, Folha de São Paulo. O discurso do Santo Padre durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 10 de outubro, não foi um aceno à determinada ala como vocês afirmaram. À luz da doutrina, foi um apelo do Papa Francisco a todo o mundo, e principalmente aos países que defendem o aborto ou estão às vésperas de tornar o mesmo legal, para que defendam a vida desde sua concepção até seu fim natural.

Em abril de 2017, o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta publicou uma nota, da qual extraímos o seguinte trecho para concluir essa publicação:

"O coração do nosso pastoreio está ferido porque a lança da morte mais uma vez fere o coração de Cristo. Sofremos agora as dores que Ele toma para si porque somos um com Nosso Senhor. Advogaremos com Ele até o fim, mesmo depois de qualquer sentença dada, e não nos cansaremos de recorrer a favor da vida como direito natural dos concebidos, que para nós, cristãos, também é um direito divino, pois Jesus mesmo atesta: “Eu sou a vida” (Jo 14,6).

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